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Talabad

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  • 01. O ZEBU NATURAL, O ARTIFICIAL, AS PISTAS, OS LEILÕES PIROTÉCNICOS, DEP’S FALSO-POSITIVAS E O PRODUTOR RUAL.

     

    Resolvi fazer este manifesto quando um criador de zebu do semi-árido nordestino, grande amigo e extremamente interessado em utilizar as novas ferramentas da tecnologia, neste caso, os sumários de touros com suas DEP’s não estava entendendo como um animal sabidamente gigantesco, sem arqueamento das costelas, sem perímetro escrotal, sem musculatura e outros fatores exigidos para a produção de carne a campo em menor tempo e com pouquíssimos descendentes avaliados, liderava o topo do sumário de avaliação do gado de corte.
    Como ele poderia usar este animal em suas vacas no regime de pasto do semi-árido nordestino?

  • Eu então lhe perguntei qual era o tipo de tratamento que recebiam os descendentes deste touro. Para começar a amamentação até mais de um ano em uma vaca bos taurus com lactação de 8 ou 10 quilos de leite dia, mais ração de crescimento disponível 24 horas no cocho, mais estimulador orgânico, mais injeção de aminoácidos, mais cama de baia e ambiente condicionado, mais silo de milho. O que daria no resultado da DEP? Um fenômeno de quase dos quilos de ponderal dia.

  • Entendendo a importância econômica do ramo comercial tido como Elite do zebu – Os animais de pista e as famílias de doadoras. Ninguém pode negar que é um negócio que movimenta bilhões, emprega milhares de pessoas – desde tratadores, veterinários e cientistas em seus laboratórios de TE/FIV/CLONAGEM – também funciona como motor e fomento para novas tecnologias e pesquisas.
    Acontece que para este gado, dito de pista, alcançar os resultados incríveis de peso e tamanho de verdadeiros gigantes precisam ser criados em baias com regime de superalimentação, amamentados em vacas européias até a idade mais avançada, com ração de crescimento e isento da deambulação para busca do alimento no pasto e água, procurar o sal, etc. Salientamos ainda que a ausência completa de exposição à irradiação e aos parasitas faz com que estes animais percam por completo o estímulo e a memória do seu sistema de defesa, com tendência a longo perda completa da resistência e rusticidade – grandes trunfos do zebu e motivo de sua hegemonia nos trópicos.
    Isto produz uma cadeia de efeitos nocivos para a raça a longo prazo, como os outros erros cometidos com os “pernaltas”, o julgamento do Indubrasil pelo comprimento da orelha e haja DEP FALSO POSITIVA. Os filhos de animais de elite criados em baias, mamando em receptoras tendem a alterar falsamente para cima os resultados da média da régua de DEP's – cunhando como inferiores animais de alto valor genético avaliados no pasto.
    Também as matrizes "modelosas" podem parecer atrizes de passarela com seios e nádegas postiças, avolumadas a silicone, cabelos pintados e regime forçado por uma vida irreal. As filhas destas vacas propagam prenhezes milionárias sem nunca terem lambido uma cria – Este é um passo genético incrível ?!?
    No que diz respeito ao porte – o julgamento dos jurados ( não juízes ) – sendo o objetivo voltado para o grande porte e o máximo de peso final, teremos a produção de animais inadequados para o regime de campo – touros muito tardios para acabamento de carcaça, pesados demais para cobertura de matrizes, bezerros com muito peso ao nascer gerando partos distócicos. Ainda mais que não encontrarão substrato para o seu porte no pasto de braquiária com 8 a 12 % de proteína.
    As fêmeas sendo muito grandes, portanto muito exigentes para sustentar o seu porte e mais um bezerro, no regime de pasto, implicará em severo prejuízo para a sua função reprodutiva (dificuldade para empenhar novamente) e para a sua lactação.
    Para uma vida na baia, com ração e silo disponível 24 horas, mais uma boa e confortável cama, com banho e tosa, manicure, pedicure, escova e passeios por passarelas – este tipo de modelo e os jurados combinam, são os animais ideais para os leilões onde os homens de muito dinheiro podem fazer remates, como quando compram quadros de Manet e outras obras de arte, onde os novos ricos deslumbrados com a “moda” fazem um bom negócio, adquirindo clones do topo da genética de baia.
    Desta maneira entendemos que este ramo é válido como “hoby”, atividade econômica e lucrativa, mas não pode e nem deve servir de modelo para a criação a campo.

Autor: Sergio Lima Martins - [email protected]

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